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    • Redibra
      • 17 de dez. de 2020
      • 1 min para ler

    Redibra lança livro com coletânea de entrevistas feitas para o R.Talks

    Atualizado: 4 de mar. de 2021

    Projeto lançado em 2020 contou com entrevistas semanais com especialistas de diversos temas, com visões sobre atitudes para o momento atual e tendências para o futuro.


    Em abril de 2020, um mês após o início da quarentena, a Redibra - agência de licenciamento e extensão de marcas - criou o R.Talks com a intenção de oferecer aos seus parceiros e ao mercado um espaço de reflexão e inspiração, com visões sobre tendências e atitudes no momento pelo qual o mundo está passando.


    O projeto contou com 18 lives que ocorreram no Instagram da Redibra, onde David Diesendruck (CEO) entrevistou semanalmente especialistas nos mais diversos assuntos. O conteúdo abordado em cada um desses encontros foi transcrito para ficar à disposição do público no site da agência.


    Nas entrevistas foram abordados temas como futurologia, visual merchandising, criação de conteúdo, entretenimento e potencial de consumo, franquias, mercado de luxo, futuro dos eventos na era digital, experiências de marca, hábitos de consumo durante e após a pandemia, storytelling, propósito de marca, entre outros.


    Considerando a qualidade dos entrevistados e relevância dos temas abordados, a Redibra transformou todo o conteúdo do R.Talks em livro (em versões física e digital), como forma de compartilhar todo o conhecimento e troca de experiências adquiridas ao longo do projeto.


    “Esperamos que esse compilado seja inspirador, um conjunto de ideias e estímulo para ajudar nossos parceiros a projetar um 2021 cheio de realizações e sucesso”, diz David.


    O e-book está disponível para download aos parceiros no site da Redibra e as lives podem ser assistidas no Instagram da Redibra (@redibra), na aba do IGTV.

    • R.Talks
    9 visualizações
    • Redibra
      • 25 de ago. de 2020
      • 9 min para ler

    R.Talks encerra sua primeira temporada entrevistando Andréa Bisker sobre o tema: O que aprendemos?




    A Redibra criou o R.Talks para oferecer aos seus parceiros e ao mercado um espaço de reflexão e inspiração, com visões sobre tendências e atitudes no momento delicado do COVID-19. Mais de 130 dias se passaram desde a realização do primeiro R.Talks, nesse período o CEO da Redibra, David Diesendruck, entrevistou semanalmente um especialista nos mais diversos assuntos com uma live no Instagram da Redibra.




    Para a última live da primeira temporada do R.Talks, convidamos Andrea Bisker – que também foi nossa primeira entrevistada. Andrea é especialista em comportamento de consumo e CEO da Spark:off, consultoria que transita nas áreas de conteúdo, tendência e inovação.


    Para quem não teve a oportunidade de assistir a live, resumimos os principais pontos abordados. O tema foi “O que aprendemos?”.


    David: Para quem está assistindo o R.Talks pela primeira vez, ele começou no dia 08 de abril, quatro meses atrás, após uma conversa um dia antes com a Andréa. Foi a forma que encontramos para estarmos perto dos nossos parceiros e clientes durante a pandemia. Agora estamos aqui novamente, 19 semanas depois, para concluir a primeira temporada do R.Talks da forma que iniciamos, com a Andréa.


    Andrea: Quando lembramos de 19 semanas atrás, se alguém falasse naquela época que chegaríamos em setembro e a situação continuaria dessa forma, nós não acreditaríamos. A nossa noção de tempo mudou muito nesse período, tem muita coisa sendo repensada.


    David: Começando por esse tema, quais são as mudanças e movimentos que você percebeu que foram mais relevantes nesses 5 meses, desde a nossa primeira live?


    Andréa: Tem muita coisa que a gente tem visto, eu represente no Brasil uma plataforma de inteligência de mercado inglês chamada Stylus, então me baseio muito nas pesquisas que eles trazem – são cerca de 150 pessoas estão constantemente buscando o que há de novo e inovador. Uma das coisas que me chama muito a atenção é algo que a Stylus chama de “local love” – que vem do movimento de “glocalismo”, ou seja, a valorização daquilo que é local. Isso é uma tendência de globalização reversa que começou com a percepção de que há coisas básicas que grandes players não devem abrir mão para manterem o controle, como suas matérias primas, por exemplo.


    O mundo começou a ver esse movimento do grande para o pequeno e a valorização do local love, que a gente chama de super locais, é algo que eu percebo como uma estratégia espetacular. Mas o que é esse super local? Podemos pensar, por exemplo, na percepção que estamos tendo dos nossos vizinhos de apartamento, que são pessoas que muitas vezes não tínhamos contato antes; a vontade que temos de comprar de comércio local, porque temos a consciência de que se não comprarmos desse comércio, ele deixará de existir. É a valorização do que é artesanal e feito localmente.


    Isso traz um movimento muito forte de formação de comunidade, eu já vinha prestado atenção nisso há algum tempo. A formação de comunidades é uma maneira da marca conversar com a alma e o coração das pessoas. Hoje muitas marcas começaram a entender que os nano-influenciadores estão trazendo mais resultados do que os que possuem milhões de seguidores, porque são pessoas mais reais, o que gera uma sensação maior de identificação e proximidade com o público deles. Fazendo uma analogia para o licenciamento, ter um personagem é uma forma de aproximar as marcas das pessoas, como a Galinha Pintadinha, por exemplo. Marcas que dão para a comunidade informações, troca, conhecimento e espaço para gerar conversas, recebem de volta a compra do seu produto.


    Esse é um movimento muito legal que eu vi se fortalecer e que acredito que as marcas mais relevantes serão as que conseguirem penetrar nessas comunidades de forma igualmente relevante também. Se fazerem importantes, necessárias e entenderem as dores daquele grupo de pessoas e entregar serviços e soluções para essas dores, sempre mantendo o consumidor no centro.


    David: Estamos na fase do storymaking, não do storytelling. O que você está falando tem a ver com o conceito de interdependência, pensar no todo e ter a consciência de que se não está bom para o outro, para mim não está também e, obviamente, isso também se expande ao meio ambiente.


    Hoje estamos vendo, inclusive, fundos investidores que utilizam essas variáveis para identificar possíveis investimentos, é o chamado ESG (sigla em inglês para melhores práticas ambientais, sociais e de governança).


    Andréa: Essa é uma pauta importantíssima, as empresas precisam ficar atentas ao ESG. Podemos citar com um bom exemplo a Ambev, que tem se posicionado desde o início da pandemia – primeiro com a utilização das suas fábricas para a produção de álcool gel, depois com hospital de campanha, realizou também ações para ajudar bares restaurante (seus principais stakeholders) e agora junto a outras empresas estão trabalhando para disponibilizar fábrica para a produção das vacinas. É uma empresa que está abraçando várias dores da sociedade e aí eu me pergunto o quanto isso está sendo incorporado na empresa pela vontade de deixar um legado.


    Eu acho que para a sociedade isso é muito positivo. Nós dois somos da geração X, nossos filhos são geração Z, que é uma geração que já nasce com essa percepção de consumo mais consciente e com uma veia ativista. Vai ser mais comum no futuro vermos outras Gretas Thunberg atuando no cenário político, mas é uma surpresa vermos essas mudanças ocorrendo nesse momento, como é o caso da Ambev. Ao mesmo tempo, uma coisa está conectada a outra – essas atitudes fazem a empresa valer muito mais, aí entramos em círculo virtuoso, onde a empresa que mais se doa também é a mais reconhecida pelos investidores e consumidores.


    David: Temos visto que o consumo de entretenimento mudou muito também. Como você enxerga isso e o que você acha que pode acontecer nessa área?


    Andréa: Algo que já observamos é que as pessoas estão um pouco cansadas, foram muitas lives, há muita informação e estamos vivendo o momento da economia freemium. É interessante porque no começo havia muito consumo de conteúdo e estava tudo disponibilizado de graça. Nós temos o papel de entregar conteúdo e o que está surgindo agora com muita força é a curadoria do conteúdo que vai ser entregue. Tem tanta coisa hoje, que é difícil escolher, então, por exemplo, a Redibra realiza uma curadoria do que é interessante entregar para o seu cliente e ele decide a forma como ele vai se comunicar.


    No caso do entretenimento, como a oferta é muito vasta e as pessoas estão cada dia mais sofrendo de FOMO (fear of missing out), isso acaba as levando ao JOMO (joy of missing out), quando pensamos como lidar com a produção de conteúdo em meio a tudo isso, a resposta é entregar conteúdo relevante e apropriado. Essa tendência vai continuar, mas há um movimento dentro disso de marcas como broadcasters, então cada vez mais o papel da marca – seja no varejo ou através de lives – vai ser o de trazer conteúdo para as pessoas, ela tem que ter uma voz ativa.


    Agora, uma grande pergunta é, como eu faço para chamar a atenção do público no meio disso tudo? Tem uma empresa chamada NTWRK que tem um aplicativo que eu gosto muito, ela faz um varejo que chamamos de episódico, que é o varejo ao vivo e com horário marcado. As Lojas Americanas e a Chilli Beans já tentaram utilizar esse formato, no Brasil está começando a se falar sobre isso. Isso causa a urgência no público, pois é algo que vai acontecer somente naquele momento, eles não vão ter acesso depois. Quem não conhece esse formato ainda, vale a pena conhecer.Eles começam o trabalho preparando um storytelling, por exemplo, a Nike prepara uma narrativa, leva um atleta famoso e marca o horário para que ocorra esse evento. A venda é realizada ali, pela celebridade que foi contratada para participar, sempre focando em algum produto especial. Eles conseguem vender milhares de unidades em poucos minutos. Isso faz parte de conseguirmos despertar o desejo no consumidor e criar uma relação mais íntima com ele. Desde saber em quais comunidades ele está inserido até conseguir passar o conteúdo que ele quer consumidor – ou seja, com curadoria – e fazer isso de uma forma sutil, deixando ele decidir se quer e quando ele quer comprar de você.


    O soft sell se baseia em se tornar companheiro do seu consumidor – a Netflix conquistou esse papel durante a pandemia, o mundo do entretenimento tem a missão de promover o escapismo. Ficar em casa não significa ficar jogado no sofá, é possível gerar conteúdos que incentivem comportamentos saudáveis, nós vimos o boom do fitness indoor e da meditação nesses últimos meses. Marcas que foram entendendo as dores de seus consumidores e trouxeram cursos de diversas áreas para ajudarem as pessoas a saírem dessa de forma melhor e, também, oferecer doses de normalidade para a vida delas.


    Tem uma frase que eu adoro do Ricardo Dias (diretor de marketing da Ambev), na qual ele diz: pare de interromper e comece a entreter. Como você insere um produto em uma comunidade? É preciso inserir através de conteúdo relevante, de forma sutil e que ajude quem faz parte daquela comunidade a lidar com seus problemas – é assim que sua marca vai ser lembrada. A relação de consumo se tornou uma troca, o que você oferece ao seu consumidor (além do produto) para que ele se mantenha fiel à sua marca.


    As pessoas estão mais conscientes, consumindo com mais parcimônia. Estamos em um momento de crise, então as pessoas estão pensando muito bem antes de consumir e isso cria uma demanda maior ainda para as marcas conseguirem ter uma relação que fecha com o seu consumidor. Isso nos leva a um outro tema chamado economia da paixão, que fala sobre como a economia está hoje e como os jovens demandam viver pelo que eles são apaixonados. Se você conseguir viver e ganhar dinheiro com aquilo que é a sua paixão, essa é a grande economia do futuro. Dessa forma, a tendência é que as pessoas trabalhem menos horas e que os trabalhos repetitivos sejam feitos por máquinas. Dentro da economia da paixão, as marcas que se propuserem e conseguirem dar a mão para os jovens, para que eles iniciem suas carreiras através delas e consigam viver das suas paixões terão um papel fundamental.


    Uma marca que gosto muito, chamada Depop - um varejo online que trabalha muito com a geração Z e que faz a revenda de produtos. Eles têm lojas físicas que funcionam como centros com estúdios para que seus revendedores possam, por exemplo, fotografar a campanha dos seus produtos. Eles dão recursos para os jovens comercializarem suas criações. Essa é a economia da paixão: conseguir fazer aquilo pelo qual você é apaixonado, ganhar dinheiro com isso as marcas que abraçarem esse movimento, vão sair à frente, pois serão reconhecidas como marcas que apoiam e colaboram para que seus fãs se sobressaiam. Esse é outro exemplo de círculo virtuoso.


    David: Com relação a tudo que temos falado sobre propósito, ESG, interdependência, você enxerga que essas são coisas que vão efetivamente acontecer ou vão ficar apenas no discurso?


    Andréa: Eu amo esse assunto, tem muito a ver com pessoas que amam marcas que amam pessoas e com a necessidade das marcas se posicionarem. A gente nunca viveu um momento como o que estamos vivendo hoje e uma das coisas mais espetaculares que vimos foi a colaboração entre empresas, inclusive concorrentes, esse comportamento é intangível, mas atinge desde o executivo que está tomando decisões até o consumidor.


    A importância da coerência em todas as atitudes das marcas também é fundamental. Vemos como exemplo a Nike, que desde sempre abraça causas raciais e se posicionou quando ocorreu o caso do George Floyd, mas ainda assim foi questionada por não ter, entre seus executivos, pessoas negras. Eles se posicionaram na sequência, dizendo que lutam sim pela diversidade – de gênero e raça – e que estão se movimentando para resolverem essa situação também. Isso nos leva a algo muito importante: se o que você fizer não for de verdade, sua marca vai perder o fôlego.


    Eu tenho certeza de que tudo isso que tem sido falado realmente vai acontecer, seja porque as empresas não vão deixar de fazer por conta do ESG, para não perderem investidores, mas também porque os consumidores vão deixar de comprar. Falar sobre propósito anda muito na moda, mas ainda assim é algo fundamental, porém, cada marca precisa encontrar qual é o seu. A Nike abraça questões raciais, a Levi’s abraça o desarmamento, a Patagônia, sustentabilidade. É preciso achar o que faz sentido para você e, o mais bacana, ao invés de seguir uma agenda faça você mesmo a sua agenda e leve o assunto para a mesa. É seu dever como CEO e marca protagonista provocar o mercado e levar assuntos polêmicos e difíceis para discussão.


    As marcas estão sendo medidas pelo impacto social delas na humanidade, não apenas através do lucro. Quando faz diferença na avaliação de uma empresa se ela está alinhada aos seus propósitos, o quanto ela cuida dos funcionários e de todo o seu ecossistema, isso se torna pauta. Os gestos das empresas nunca foram tão importantes quanto agora.


    David: Estamos passando por um momento muito difícil e o conceito de VUCA se enquadra bem na situação atual (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade). Qual mensagem você poderia nos deixar para encerrar, pensando no momento atual?


    Andréa: Nós vivemos momento incertos, as coisas vão mudar cada vez mais e numa velocidade enorme e como podemos nos manter atualizados? Eu gosto muito do conceito de lifelong learner. Eu sempre tive paixão por aprender e valorizo muito o conhecimento. Isso é algo que tem que ser valorizado por todo mundo, a nossa capacidade de aprender é impressionante, mas é um hábito. Para se manter atualizado, a única forma é se renovar. Tem muita coisa nova acontecendo, novas palavras e termos que temos que estudar e nos aprimorar para não perdermos o passo e não envelhecer, mas, sim, amadurecer.


    Aprender rejuvenesce a gente, esse é o conceito de lifelong learner, se aprimorar constantemente. Quando você aprende algo, é apenas um pedacinho de um oceano gigantesco. Quanto mais você aprende sobre um assunto, você descobre que tem muitos outros ligados ao redor. Para ter uma vida plena, estude e seja curioso. O novo VUCA é Visão, Entendimento (Understanding), Claridade e Agilidade e Adaptação. Como mensagem final, eu deixo de indicação as outras 18 lives do R.Talks. Não tenha preguiça, vá aprender, se aprimorar e se abra para o novo.

    • R.Talks
    39 visualizações
    • Redibra
      • 20 de ago. de 2020
      • 17 min para ler

    R.Talks entrevista Fernando Mendonça e Anderson Mahanski sobre a Any Malu, estrela do YouTube





    A Redibra criou o R.Talks para oferecer aos seus parceiros e ao mercado um espaço de reflexão e inspiração, com visões sobre tendências e atitudes no momento delicado do COVID-19. A cada semana, o CEO da Redibra David Diesendruck entrevista um especialista nos mais diversos assuntos com uma live no Instagram da Redibra.




    Para quem não teve a oportunidade de assistir a live com Fernando Mendonça e Anderson Mahanski, fundadores do Combo Estúdio e criadores da Any Malu, a primeira youtuber brasileira 100% animada, resumimos os principais pontos abordados. O tema da live foi “Any Malu: nasce uma estrela - do YouTube ao Cartoon Network”.


    David: Vocês podem nos contar como começou o envolvimento de vocês com o mundo da animação?


    Fernando: Na verdade, eu não consigo ver a minha história como pessoa sem esse envolvimento. Eu tive o primeiro contato ainda muito pequeno, através dos desenhos animados que passavam na TV e eu não sabia que aquilo era feito por alguém – eu achava que eles estavam vivos dentro da televisão. Mas eu sabia, desde muito cedo, que era isso que eu queria fazer, quando minha me perguntava o que eu queria ser quando crescesse (esperando que eu respondesse médico, engenheiro etc.) eu respondia que queria ser igual ao Maurício de Sousa, queria fazer desenho animado. Eu assistia TV e tentava imitar e desenhar o que via, esse contato com o mundo da animação foi muito natural para mim. Depois eu comecei também a fazer as vozes desses desenhos, o que me levou para a carreira de dublagem e de animação.


    Eu sou do Rio Grande do Norte, lá não existe mercado para animação e dublagem da mesma forma que no Sudeste do Brasil, o cenário de audiovisual é aqui, então eu vim para o Rio de Janeiro e comecei a trabalhar tanto com dublagem quanto animação. Nessa época conheci o Anderson e vi que o estilo de desenho dele parecia com o meu, assim a gente se complementou. Eu tinha uma parte de ilustração e pintura que o Anderson queria desenvolver e ele tinha um traço que eu queria desenvolver também, a partir daí nossa parceria começou. Como trabalhávamos com muitas pessoas de diversos lugares do país, era comum os animadores dividirem apartamento, foi então que nossa parceria começou – inclusive, dividimos apartamento até hoje.


    Anderson: Eu morava em São Gonçalo, no Rio de Janeiro mesmo, mas não tive condições de fazer curso de desenho, então comecei como autodidata. Eu estudava e trabalhava à noite para pagar meus estudos e poder ajudar minha família, mas eu desenhava todos os dias desde os 4 anos, eu sempre desenhei. Lembro que enquanto meus amigos jogavam futebol na rua aos finais de semana, eu estava desenhando e criando minhas histórias. Eu criava meus quadrinhos e entregava para a minha tia, minha primeira leitora, que dava a opinião sobre o que ela achava bom ou não. Nessa época eu trabalhava como entregador de marmitas, mas no meu jaleco eu sempre tinha um bloco de anotações para fazer anotações, desenhar e criar minhas histórias.


    Em 2000 um amigo me falou que estavam analisando portifólios em um estúdio, eu levei meus desenhos e vários animadores estavam lá e começaram a passar os meus desenhos uns para os outros e me contrataram na hora. Depois disso eu não parei mais. No começo dos anos 2000 ainda não havia internet com tanto acesso, então os convites eram feitos por boca a boca e a animação ainda era um mercado pequeno no Rio de Janeiro, tinha coisas em desenvolvimento, mas não séries como hoje em dia, tudo estava muito no início. A partir daí eu fui passando de estúdio em estúdio e cheguei a fazer um longa do Mauricio de Sousa – Turma da Mônica, Uma Aventura no Tempo. Trabalhei também no longa da Xuxinha e fui cada vez mais adquirindo bagagem, mas com minhas histórias sempre guardadas na gaveta. Quando conheci o Nando, trabalhando com ele, nós começamos a dividir apartamento e, também, a ir tirando nossas ideias da gaveta.


    Fernando: Na época em que nos conhecemos e começamos a trabalhar juntos, o estúdio em que trabalhávamos passou por uma baixa, isso é comum de acontecer no mercado de animação quando alguns projetos chegam ao fim, mas nós ficamos um tempo em uma incerteza, mesmo ainda no estúdio. Foi uma época muito estressante, mas animadores passam o dia desenhando e quando chegam em casa à noite e precisam relaxar um pouco, fazem o que? Vão desenhar. Foi em um desses momentos, na época e que a série Game of Thrones estava bombando, que eu fiz um desenho do Jon Snow (protagonista da série), com o lobo dele, mas no estilo Disney, que é o estilo que nós gostamos de desenhar.


    Eu postei esse desenho e ele teve muitas curtidas, na época ainda no Facebook. O Anderson se animou com a quantidade de likes (inclusive, quando dizemos que Any Malu se alimenta de likes, foi dele que ela puxou isso) e resolveu desenhar a Daenerys, outra personagem de Game of Thrones. A partir daí criamos uma coleção de ilustrações, que foi o primeiro viral do Combo Estúdio, que nem existia de fato ainda, mas precisávamos dar um nome para nosso trabalho em conjunto e achamos o nome apropriado, pois já queríamos fazer um combo de coisas, aquela coleção de ilustrações foi apenas o começo.


    Depois disso, algumas empresas que trabalhavam com ilustração começaram a entrar em contato com a gente para fazer alguns trabalhos freelancer, eram coisas esporádicas. Com esses freelas, o Anderson começou a trabalhar mais com a parte de produção e eu desenhando, foi daí que o estúdio surgiu, por conta da demanda que ficou muito grande e nós precisávamos supri-la de alguma forma.


    Anderson: Em determinado momento – entre 2014 e 2015 – já tínhamos bastante pessoas seguindo as redes sociais do Combo Estúdio – tivemos o contato do Buzzfeed, além de pessoas de fora entrando em contato para perguntar se podiam publicar nossos trabalhos –, mas na mesma época a Madonna lançou o clipe Living for Love e eu, sendo muito fã dela, fiz um desenho inspirado nesse clipe e postei nas redes sociai, tanto do estúdio quanto no meu perfil pessoal. Alguns dias depois desse post, a Madonna compartilhou o desenho, pois houve tanto compartilhamentos entre as pessoas que acabou chegando até ela. Com isso, aos poucos o estúdio foi crescendo e ganhando forma.


    Fernando: Com tudo isso acontecendo, percebemos que precisávamos de alguém que nos ajudasse na parte administrativa, porque nós somos artistas e é muito complicado para nós fazer essa parte burocrática e de contato com o cliente, nós queremos criar. Quando fizemos o clipe do Mc Koringa, que foi o primeiro trabalho do Combo Estúdio, vimos que ele tinha um empresário que fazia toda essa parte para ele e percebemos que precisávamos de alguém assim também. Foi então que o Marcelo, nosso sócio hoje, entrou para nos ajudar com toda a parte burocrática, que tínhamos dificuldade de realizar.


    Anderson: É engraçado porque tudo sempre caminhou de forma muito fluida e natural, no momento exato em que precisávamos, o Marcelo surgiu para suprir essa necessidade. Tudo se encaixou muito bem.


    Fernando: Nós viemos de um ciclo de amizades, tanto o Marcelo quanto o Bruno, trabalhamos também com o Maurício, que consideramos um irmão nosso – e foi quem nos apresentou o Marcelo e é um ilustrador incrível também. Por ele ser muito amigo do Marcelo, nós já tínhamos uma relação de confiança quando ele começou a trabalhar com a gente, assim como foi com o Bruno.


    David: Quando falamos sobre animação, as pessoas pensam que é algo apenas para crianças e vocês fizeram a série Super Drags na Netflix e, recentemente, também desenvolveram o clipe da Pabllo Vittar, que já tem mais de 6 milhões de visualizações. De onde veio esse pensamento de fazer animação para adultos também?


    Anderson: No geral, a animação é uma linguagem. Os animes, por exemplo, deixam isso muito claro, porque há anime de tudo – tanto para crianças quanto para adultos. O que varia entre essa linguagem é a forma como essa história está sendo contada e quem é o público, assim como acontece com os filmes quando possui determinadas cenas que são muito violentas ou com linguagem imprópria para crianças.


    Fernando: Acontece uma generalização muito forte com relação à animação no Brasil, por muito tempo nós tivemos referências de desenhos que eu cresci assistindo, mas que não foram feitos para crianças, como é o caso de Tom & Jerry e Looney Tunes, por exemplo. Eles fumavam cachimbo, iam para a linha do trem e eram atropelados, enfim, essas animações não foram feitas especificamente para crianças, mas no geral, as pessoas encaravam assim.


    Na época das locadoras era possível encontrar Family Guy na prateleira de conteúdos infantis e essa animação não é feita para crianças, inclusive tem um teor muito mais adulto do que o das Super Drags, mas as pessoas, aqui no Brasil, assimilarem muito forte desenho a crianças. Porém, como o Anderson disse, a animação é uma linguagem. É uma forma de comunicar aquilo que uma pessoa pensou e ela pode ser para crianças, para um adulto X de um nicho Y, como foi o caso das Super Drags.


    Ela pode ser qualquer coisa de acordo com nossa imaginação, o que é importante ressaltar sobre a animação, é que ela traz um personagem de espírito livre. Ele pode ser qualquer coisa e eu digo coisa porque ele pode ser até um chapéu, que converse com um adulto. Quando criamos as Super Drags para a Netflix, no Brasil tivemos que fazer diversos trailers de disclaimer dizendo que a série não era voltada para o público infantil, martelamos muito nessa tecla.


    O que eu acho curioso é que isso não acontece com relação a conteúdo internacional, temos Ricky and Morty e Simpsons, entre outras séries que estão no ar, mas ninguém leva isso em consideração. Eu acho que o fato de Super Drags ser um conteúdo que abrange a representatividade LGBTQI+ acabou despertando essa necessidade dos disclaimers, assim como foi com a Beyoncé, quando ela lançou o álbum Lemonade. É um pouco dessa descoberta do que é diferente.


    David: Agora chegou a hora de falarmos da Any Malu, que inclusive é nossa aniversariante do dia e se tornou maior de idade hoje. Como nasceu a ideia de criar uma youtuber animada?


    Anderson: Nós ainda estávamos no início do Combo Estúdio e, entre um freela e outro, nós ouvíamos alguns programas de rádio e tinha uma que nós achávamos bem legal, o Missão Impossível da Jovem Pan. Os ouvintes ligavam para a rádio, contavam algum caso complicado, que precisava de uma solução e os apresentadores ligava ao vivo para as pessoas envolvidas na situação e faziam eles conversarem entre si para resolver o problema. Era muito engraçado. Desse programa veio um insight que eu compartilhei com o Nando, pensando como seria se criássemos uma conselheira amorosa, mas animada.


    Fernando: Nessa época nós já tínhamos muitos clientes, trabalhávamos há um bom tempo com alguns deles, todos estúdios de animação, mas a gente não aparecia, porque no final o crédito era do estúdio que tinha nos contratado. Lembro que pegamos trabalho de grandes produtoras e não podíamos dizer que estávamos realizando aquele trabalho e isso deixava o Combo escondido.


    Foi quando comecei a pensar que precisávamos dar a nossa cara e ter algo realmente nosso. O Anderson teve essa ideia da conselheira amorosa, ainda era o começo do Youtube e, um dia, eu estava vendo a dublagem do Big Hero 6, filme da Disney, e tinha uma pessoa dublando que eu não conhecia, a Kéfera. Foi a partir daí que eu comecei a conhecer esse mundo do youtubers.


    As pessoas dizem que gostam de ouvir a mim e ao Anderson falando, contando histórias etc. Quando estamos conversando em uma mesa com mais pessoas, quando percebemos as pessoas estão rindo, nós começamos a imitar vozes que dublamos, contamos histórias. Eu comecei a pensar nisso e cheguei à conclusão de que nós podíamos usar o que fazemos de melhor, que é a animação, com a forma que a gente se comunica, despojada, natural e criar uma personagem, somando à ideia do Anderson.


    A Malu veio até a gente, eu não diria que foi algo que nasceu de uma conversa do tipo “temos que fazer tal coisa”. Inclusive, isso é algo que eu considero muito importante. As pessoas procuram a fórmula do sucesso e se baseiam em tantas coisas que já existem e, na verdade, o que faz você ter sucesso é a sua própria verdade. A Malu é isso, ela é a nossa verdade. Quando as pessoas nos veem conversando, é possível enxergá-la de alguma forma.


    Anderson: Quando tiramos a Malu da gaveta, nós nos reunimos com todo mundo no estúdio e começamos a debater como iríamos criar o universo dela. Não podíamos simplesmente criar a personagem e colocar no ar, então debatemos sobre qual a lógica que usaríamos, o que iria existir além do quarto dela, enfim, o universo todo que envolvia a personagem.


    Fernando: Eu vim do teatro e eu aprendi que podemos ter o melhor roteiro, melhores atores e o melhor diretor, mas se não tivermos público para assistir, a peça não vai ser boa. Quem vai poder dizer que ela é boa? Então desenvolvemos também um plano de marketing e tivemos uma preocupação muito grande em criar um público e gerar uma expectativa nesse público. Durante essa fase houve duas pessoas que foram muito importantes para a concepção desse plano. Um deles é o Guilherme Briggs, dublador do Buzz Lightyear, do Mickey, Optimus Prime e agora também do Scooby-Doo no novo filme. Ele esteve com a gente desde o início, inclusive, no quarto da Malu nós colocamos vários easter eggs, cada um é referência de alguma pessoa da equipe ou da produção e tem um quadro pendurado que é de um personagem do Guilherme.


    Durante esse planejamento, o Guilherme disse que conhecia alguém que iria amar todo o conceito da Any Malu, que era o Felipe Castanhari, que já foi animador também. Quando conversamos e mostramos o teaser do primeiro vídeo, ele realmente amou o projeto e quis nos ajudar, sem cobrar nada, para fazer o projeto acontecer. Isso é algo que nós sentimos que era muito diferente entre televisão e internet, as pessoas se ajudam na internet. Quando a Malu chegou, ela teve a ajuda de muita gente que já estava ali, entre personalidades e youtubers que deram espaço para ela aparecer em seus canais.


    O primeiro teaser da Malu que o Castanhari divulgou foi uma brincadeira na qual ela havia sequestrado ele e amarrado um piano para fazer com que ele, de bom grado, a ajudasse. Esse é o diferencial da animação, as coisas podem acontecer dessa forma. Mas é engraçado, porque a Malu é muito autobiográfica, quando esse teaser foi lançado, ele bombou tanto que nós percebemos que o que estávamos criando era muito maior do que tínhamos imaginado. Isso nos deixou muito nervoso para o lançamento do primeiro episódio, que fala exatamente sobre isso.


    Anderson: Com tudo que aconteceu até lançarmos Any Malu, ficou muito claro para nós que nós precisamos estar no lugar onde as coisas acontecem.


    David: Pensando no processo criativo de vocês, existe a participação do público no processo? Eles colabaram de alguma forma, ainda mais pensando que hoje a Any Malu é uma personagem multiplataformas, ela não está mais exclusivamente no Youtube?


    Anderson: Tem muita participação, os vídeos do YouTube são fortes indicativos do que as pessoas gostam de ver e ouvir e lá nós temos a vantagem dos comentários. Mas o público participa muito ativamente em todas as redes, dão ideias, criam teorias, é algo muito gostoso. O fã clube da Malu é muito engajado, a gente realmente só chegou até aqui por conta deles e não são apenas crianças, tem muito adolescente e os pais também.


    Fernando: Eu acho que o público sente o amor que a gente coloca no nosso trabalho, até mesmo com o fato de ser um desenho e ter um tempo maior para a criação do conteúdo, o público entende isso. O comum entre os youtubers é postar vídeos praticamente todos os dias, a Malu tem dois vídeos por mês, mas eles veem que nós fazemos assim por conta do carinho e da qualidade e, com isso, eles reagem de uma forma muito positiva. Mas o processo criativo vem muito de nós também, o público participa dizendo o que ele gostou ou não. Nós temos uma sala de roteiro e às vezes nós escrevemos, às vezes contratamos alguém para escrever.


    No caso do Any Malu Show, nós fizemos uma mesa de roteiros, eu fui o show runner, recebemos as ideias e juntos fomos identificando o que seria feito. Nosso diretor de arte, o Arthur, apresentou o cenário e é muito engraçado, porque em alguns momentos parece que a Any Malu toma vida e diz o que ela quer. Quando eu vi o cenário, a primeira coisa que perguntei foi onde estavam as luzes da cidade de fundo, igual nós vemos nos programas de talk shows. Se todo programa tem, como o Any Malu Show não ia ter? A gente queria cenário, sofá para os convidados, mesa.


    Em muitos momentos o nosso processo criativo vem até nós porque a verdade está ali, isso faz parte do nosso processo e, também, saber extrair o melhor de cada um que participa com a gente. Isso é um ponto importante.


    David: Outra coisa que a Any Malu tem feito, como toda youtuber de sucesso, são as colaborações com outros youtubers. A mais recente foi com a Turma da Mônica, que ficou incrível e eu estou curioso para saber o que mais está vindo por aí.


    Fernando: Uma coisa interessante é que quando criamos a Malu, pensamos que ela seria a personagem do mundo dos desenhos animados. Nós iríamos colocar no YouTube que ela era o link entre as pessoas e os desenhos animados, as pessoas poderiam fazer perguntas para a Malu e ela poderia perguntar, porque ela vive nesse mundo. Só que batemos de frente com os direitos autorais, então não podíamos usar nenhum personagem sem autorização prévia.


    Como dublador, eu conhecia as vozes de todos os desenhos que nós queríamos trazer para o mundo da Any Malu, mas mesmo sendo para o Youtube, nós quisemos fazer as coisas da forma correta e fomos com calma. Um dia a Malu iria chegar ao ponto de poder entrevistar personagens famosos e é exatamente isso que está acontecendo. O trabalho que fizemos em conjunto com a Mauricio de Sousa, que foi uma linda homenagem deles com a Malu, para mim, ver esse crossover acontecer com os personagens que me inspiraram desde criança, que me ajudaram a aprender a ler, foi lindo demais.


    Tem muita coisa para acontecer daqui para frente. No Any Malu Show, no Cartoon Network já tivemos entrevistas com o Ben 10, com as Meninas Superpoderosas entre outros personagens incríveis e agora estamos com uma parceria que eu queria muito poder falar quem é, mas ainda não posso falar, o que eu posso adiantar é que são dois convidados e que vai ser incrível.


    David: Quando falamos sobre propriedades intelectuais brasileiras, falamos muito sobre os desafios de produzir conteúdo. Há vários mitos que precisamos descontruir, entre eles o tempo que um conteúdo leva para amadurecer e conquistar um público. Vocês podem falar um pouco sobre o processo da Any Malu até ela chegar onde está hoje.


    Fernando: A Malu é um projeto que tem entre 5 e 6 anos de muito trabalho duro e eu, na verdade, acho que foi um tempo curto até ela chegar a esse sucesso, mas tivemos muita ajuda e toda essa programação que contamos para que isso acontecesse. O que eu acho importante é que sabemos onde nós estamos agora. Nós sabemos de onde nós viemos, não negamos nossas origens em momento nenhum, sabemos onde estamos e onde queremos chegar, o caminho que percorremos é pequeno perto do que ainda vamos ter que percorrer para chegarmos aonde queremos. Mas eu vejo que realmente acontece muito, essa ânsia de ver acontecer, nós mesmos tivemos isso no início.


    Quando a Malu começou a fazer sucesso, nós queríamos camiseta, caneca personalizada, boneca etc., mas não é assim e nós tivemos a sorte de contar com a ajuda do David para entender isso. Mas agora nós já vemos muitos posts de fãs que queriam muito fazer festa da Malu e os pais acabam fazendo por conta própria. Eu acho isso tão espontâneo e bonito. Nós vimos até uma mãe que fez para as suas duas filhas uma versão de mochila da Any Malu e da Aghata.


    Anderson: Durante a quarentena tivemos uma menina muito fã da Malu, que queria a festa dela de qualquer forma, a mãe preparou tudo da forma que ela conseguiu, mas ainda assim a menina ficou triste porque, por conta da pandemia, os amigos não puderam participar da festa. Isso cortou o coração dos pais dela, que nos mandaram uma mensagem pedindo para a Any Malu mandar um recado para a filha de surpresa. Nós falamos com a Natali, que é a dubladora e ela gravou a mensagem e mandou. Foi muito legal, a menina disse que foi o melhor presente de aniversário que ela ganhou.


    Fernando: Temos muitas histórias legais e bonitas que envolve a Malu, pessoas que pedem áudio, que enfrentaram casos de depressão com a ajuda dela. Quando a gente para e pensa nessas situações, chegamos à conclusão de que por essas coisas, já valeu demais todo o esforço para transformar esse projeto em realidade. Foi muito esforço, muito sacrifício, noites sem dormir. É como ter um filho mesmo, no começo a gente não dorme de jeito nenhum, cuidando dessa menina o tempo inteiro. E ela já nasceu com 18 anos, mandando na gente.


    David: Hoje vocês fazem conteúdo da Any Malu para o canal dela no YouTube, para o Instagram, para o Cartoon Network, tanto TV quando Youtube e agora também no TikTok. Cada plataforma tem suas características de formato e linguagem, como é desenvolver tantos conteúdos diferentes de maneira consistente?


    Anderson: O que aprendemos trabalhando com tantos projetos é que a gente nunca sabe qual vai ser o que vai explodir e fazer sucesso, então, qualquer coisa que nós criamos é sempre com o mesmo carinho e cuidado, pensando desde o começo como trabalhar um possível desdobramento para diversas plataformas e garantindo que vamos ter conteúdo para trabalhar.


    Fernando: A Malu tem assunto para qualquer plataforma, se surgir uma rede social nova, a gente vai dar um jeito de fazê-la chegar até lá. Eu acho que isso é muito natural, é parte da personalidade dela. Ela gosta de aparecer, ela tem o que falar, inclusive o fato de ela ser “ela”, foi uma decisão importante para nós. Nós queríamos que fosse uma menina para inspirar outras meninas, havia muitos youtuber homens.


    Nós olhamos para cada plataforma individualmente, vemos como ela se comunica e, embora ela tenha o mesmo assunto, em cada lugar ela se comunica de uma forma diferente. Nossa origem como animadores foi na televisão, quando fomos para a internet, tivemos que readaptar nosso estilo de animação. Na TV tem um tempo de pausa, de pensar, os personagens falam com uma intenção diferente, quando fomos para a internet tivemos que entrar nessa linguagem. Agora estamos voltando às nossas origens, mesmo levando um pouco da linguagem da internet para o programa da Malu no Cartoon Network, mas sabemos como ela tem que se portar em um programa na televisão. Não à toa, o programa dela está em segundo lugar de audiência e batalhando para conseguir o primeiro.


    David: Falando de planos futuros, além do TikTok, tem mais alguma novidade que vocês podem compartilhar com a gente?


    Anderson: O que eu posso dizer é para vocês seguirem as redes sociais da Any Malu, porque tem muita coisa prestes a acontecer, mas ainda não podemos divulgar.


    Fernando: Algo que eu queria falar aqui é que o Combo está crescendo e durante a pandemia não perdemos nenhum funcionário, todo mundo está trabalhando de casa, não tivemos que reduzir salário de ninguém. Mas para quem está nos assistindo e tem vontade de trabalhar nessa área, se especialize.


    Faça cursos, inclusive, faça o curso do Combo Estúdio porque nós precisamos de profissionais capacitados, para quando surgir um projeto grande nós sabermos onde encontrar. Isso aconteceu recentemente quando fizemos um projeto da Netflix, tivemos que correr atrás de pessoas para montar uma equipe em cima da hora e não encontramos tanta gente capacitada no mercado. Estudem animação, sejam animadores, nós precisamos de vocês.


    David: A Redibra está começando agora um trabalho de extensão da marca Any Malu, vocês tiveram um crescimento incrível em um período muito rápido de tempo e que aconteceu por causa da base de fãs da Any Malu, que quer ter contato com ela em todas as plataformas.


    Uma dessas plataformas, que é onde a Redibra entra, são os produtos, que de certa forma também são um ponto de contato e engajamento com os fãs. Quais são as expectativas de vocês com relação a esse trabalho?


    Anderson: Tem muita gente que entra em contato a gente perguntando sobre cadernos, mochilas, roupas da Malu e nós também queremos muito ver tudo isso se tornando realidade.



    Fernando: Na verdade, eu queria agradecer muito à Redibra por esse trabalho tao bem feito. Antes de chegarmos até vocês, passamos por outras agências, mas eu nunca vi um carinho tão grande e tanto envolvimento em todo o processo, como se fôssemos nós mesmos criando. Nós estamos muito felizes e temos muita confiança no trabalho que está sendo feito e com os produtos que estão para chegar. Como criadores, é muito importante ver o respeito que vocês têm pela nossa opinião e por criar em conjunto. Vai ser muito bonito o dia que eu ver alguém usando algum produto da Any Malu.


    David: Para encerrar, eu gostaria pedir para vocês uma mensagem final.


    Anderson: Eu vou parafrasear a Dory, de Procurando Nemo que fala continue a nadar. Continue a desenhar, continue a animar, a trabalhar. Não podemos desanimar, mesmo vivendo um momento tão complicado, temos que ter foco e nos preparar para o que estiver por vir.


    Fernando: Uma coisa que eu sempre falo é para que as pessoas apoiem os artistas. Quem conhecer alguém que trabalhe com arte, apoie essa pessoa. Quando eu olho para trás, vejo uma história que foi difícil, mas que não tinha necessidade de ter sido assim. O Brasil é um país complicado para o artista, ele já se cobra demais, então ao invés de desmotivá-lo, apoie. Já vimos muitos colegas incríveis desistirem de seus sonhos por falta de apoio.

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